ARTIGOS

LITERATURA JUVENIL


IMPORTANCIA DOS ROMANCES ESPIRITAS NA JUVENTUDE


 


         Os romances espíritas vieram a lume para “apresentar a magnificência do Bem” 1 expondo paralelamente a Doutrina dos Espíritos. Para os jovens, em especial, se reveste de sensibilidade para atingir aos corações juvenis, conforme no dizer de Áureo, tão cheios de coragem, idealismo, energia e fé.


         Relato de Yvonne do A. Pereira:


         “O Espírito Adolfo Bezerra de Menezes, em certa obra mediúnica a nós concedida (Dramas da Obsessão), classifica os romances espíritas de similares das parábolas messiânicas, visto serem eles extraídos da vida real do homem, enquanto as parábolas igualmente foram inspiradas ao Divino Mestre pela vida cotidiana dos galileus, judeus e de suas azáfamas diárias.” 2


 


 






O JOVEM ESPÍRITA DEVE DEDICAR-SE AO HÁBITO DA LEITURA?


         Percebamos o que nos esclarece Emmanuel: “Ler, sim, e ler sempre, mas saber o que lemos. […]. Estudar, sim, e estudar sempre, mas saber o que estudamos. Evitemos as páginas em que a loucura e a delinqüência se estampam, muitas vezes, através de alucinações fraseológicas de superfície deleitosa e brilhante, porquanto, buscar-lhes o convívio equivale a pagar corrosivo mental ou perder tempo.”


 


QUAIS OS BENEFÍCIOS DA LEITURA ESPÍRITA PARA O JOVEM?


 


         O Espírito Manoel Philomeno de Miranda elucida em Tramas do destino dizendo que: “[…] é através da leitura evangélica que o espírito se irriga de esperança e se renova, abrindo verdadeiras clareiras e brechas na psicosfera densa que elabora e de que se nutre, a fim de que penetrem outras energias benéficas que o predisporão para o bem, de intervalo a intervalo, até que logrem modificar a paisagem interior, animando-se a investimentos maiores.”4


 


DE ONDE PROCEDE A DIFICULDADE DE ALGUNS NA LEITURA ESPÍRITA?


 


          Manoel P. de Miranda orienta que: “Merece considerarmos que, em alguns casos, o amolentamento, a falta de discernimento e a não fixação do conteúdo da leitura procedem da falta de hábito salutar e da convivência com os bons livros. A mente viciosa e indisciplinada, acostumada ao trivial, ao burlesco e ao insensato, se recusa atenção e interesse no esforço novo.”4  Portanto, cabe aos adultos, oferecer e insistir em estimular os jovens na leitura saudável dos romances espíritas.


 


O QUE PODEMOS SUGERIR AO JOVEM PARA ESTIMULÁ-LO À LEITURA?


 


         Ainda sugere Manoel P. de Miranda: “Conveniente, desse modo, insistência e perseverança.          Leiam-se pequenos textos e façam-se acompanhar as leituras subseqüentes reflexão da parte examinada; tente-se a memorização, a anotação com exercício gráfico, através do que se não conceda, porém, à mente, a ociosidade nem a escusa de nada conseguir nesse capítulo.” 4


         O jovem deve ser envolvido pelo processo de entusiasmo do ato de ler. Jamais deverá ser obrigado a ler este ou aquele livro por imposição. Cabem aos pais, educadores e à Mocidade Espírita propiciar momentos de divulgação e contatos do jovem com as obras espíritas. Isso poderá ser feito por de:


Propaganda do livro e do autor (de preferência autor espiritual);


Mural (contando trecho ou parte do ensino)


Biblioteca da Casa Espírita ou da Mocidade;


Ciranda de livros (trocas de livros entre os próprios jovens).


Livro do mês. Sugerir aos jovens um livro escolhido para ser estudado naquele mês e posteriormente, (numa data fixa do calendário da Mocidade) avaliá-lo com os jovens.


Teatros – escolher um trecho de um livro e encená-lo por meio de um pequeno teatro, provocando nos jovens o interesse por saber o final da história.


Realizando pequenos relatos, de outros jovens ou adultos, sobre a obra espírita que mais lhe interessou e o porquê. 5


 


         Nunca nos esqueçamos a quem quer que seja – criança, jovem ou adulto – “Divulgar, por todos os meios lícitos, os livros que esclareçam os postulados espíritas, prestigiando as obras santificantes que objetivam o ingresso da Humanidade no roteiro da redenção com Jesus. A biblioteca espírita é viveiro de luz.”


 


         Concluamos nossas reflexões com o esclarecedor alerta de Bezerra: “Será indispensável, mesmo urgente, porém lecionar a essa juventude tão rica de generosos pendores, tão enamoradas de ardentes ideais quanto desordenada e inconseqüente em suas diretrizes, e a quem escasseiam exemplos edificantes, lições enaltecedoras capazes de impulsioná-la, para a padronização do Bem, porque as escolas do século XX não falam ao sentimentos do coração como não revigoram as lídimas aspirações da alma juvenil, enquanto que as futilidades destrutivas conluiadas como comodismo criminoso do século, aboletadas no seio dos próprios lares, arredaram para muito longe o antigo dulçor dos conselhos maternos como a respeitabilidade dos exemplos paternos […] Livros nocivos proliferam em estantes de onde os exemplos moralizadores ou educativos desertaram, corridos pela intromissão comercialista de uma literatura deprimente, criminosa na facilidade com que se expande, viciando ou pervertendo os corações em flor de jovens a quem mães descuidosas não apresentaram leituras adequadas; enquanto revistas levianas, deseducativas, destilando o vírus da inconveniência generalizada, seguem com os moços cujas mentes, muitas vezes dotadas de ardores generosos se abastardam e estiolam vencidas por irrupções letais , qual plantazinha mimosa à falta do ar e da luz portadores da Vida![…]Será imprescindível, portanto, que os obreiros espirituais do Grande Educador de Nazaré acorram solícitos, aqui e além, desdobrando-se em vigilâncias incansáveis em todos os setores em que se movimenta a Humanidade – nos pertinentes à literatura também, cuidadosos dos primórdios da grande renovação que já se vislumbra nos horizontes do porvir.[…].


         Surgem médiuns pelos quatro cantos do planeta, dispostos aos rigores inerentes aos mandatos especiais que lhes couberam… E os ditados de Além-Túmulo se avolumam na sociedade terrena, apresentando ao homem – à juventude – o passa-tempo literário que lhes convém, em contraposição às más leituras a que se habituaram… assim realizando, de um modo ou de outro, o que as escolas e os lares se descuraram prevenir: – o ensino da Moral, o culto sincero e respeitoso a Deus, à Honra e a Família!7


 


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:


 


Áureo, Amar e servir, FEB, lição 42.


Yvonne A. Pereira, Recordações da mediunidade, p.98.


Emmanuel, Livro da esperança, p.199-200.


Manoel P. de Miranda, Tramas do destino, p.94.


Editora Auta de Souza, Adolescência: um desafio para pais e educadores, p.295


6-   André Luiz, Conduta espírita, p. 52.


7-   Adolfo Bezerra de Menezes, Tragédia de Santa Maria, p.07-09

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