Teu recomeço

 Cada momento podes recomeçar uma tarefa edificante que ficou
interrompida. Nunca é tarde para fazê-lo; todavia, é muito danoso não lhe dar
prosseguimento.

Para uma atividade por motivos superiores às forças é fenômeno natural.
Deixá-la ao abandono é falência moral.

A vida é constituída de desafios constantes. Sai-se de um para outro em
escala ascendente de valores e conquistas intelecto-morais.

Sempre há que se começar a viver de novo.

Uma decepção que parece matar as aspirações
superiores; um insucesso que se afigura como um desastre total, um ser querido
que morreu e deixou uma lacuna impreenchível; uma enfermidade cruel que
esfacelou as resistências; um vício que, por pouco, não conduziu à loucura; um
prejuízo financeiro que anulou todas as futuras aparentes possibilidades; uma
traição que poderia ter-te levado ao suicídio, são apenas motivos para
recomeçar de novo e nunca para se desistir de lutar.

Não houvesse esses fenômenos negativos na
convivência humana, no atual estágio de desenvolvimento das criaturas, e os
estímulos para o progresso e a libertação seriam menores.

Colhido nas malhas de qualquer imprevisto ou já esperado problema
aterrador, tem calma e medita, ao invés de te deixares arrastar pela convulsão
que se irá estabelecer. Refugia-te na oração, a fim de ganhares força e
inspiração divina.

Como tudo passa, isto também passará, e, quando tal acontecer, faze teu
recomeço, a princípio, com cautela, parcimonioso, até que te reintegres
novamente na ação plenificadora.

Teu recomeço é síndrome de próxima felicidade.

(Joanna de Ângelis, Filho de Deus, p. 48,49).

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