Casa de Chico Xavier se tornou um museu

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Casa onde Chico Xavier morou em Uberaba hoje é um museu

 

Palavras e obras de Chico Xavier são preservadas em Pedro Leopoldo e Uberaba Cidades mineiras atraem legiões de fiéis de todo o país

 

Quase oito anos depois de sua morte e em meio às comemorações do centenário de seu nascimento, o espírito de Chico Xavier está presente por palavras e obras nas duas cidades que marcaram sua trajetória e nas lembranças e crenças dos milhões de pessoas que cultuam sua memória. Novas obras psicografadas por ele e sobre seu trabalho continuam a ser publicadas e, entre elas, está “Chico Xavier – o primeiro livro”, em que consta o poema “O Sino”, obtido com exclusividade pelo Estado de Minas. Antes deste, foram outros 422 livros, mas todos com textos escritos posteriormente.

Chico Xavier exercitava o início de sua mediunidade, na juventude, quando escreveu poemas que transformou em um livro, manuscrito, com desenhos feitos por ele e montados em um caderno que ele mesmo costurou, confeccionando uma brochura. Esse material ficou inédito, guardado pela família, até que o sobrinho-neto Sérgio Luiz Ferreira Gonçalves liberou para publicação, prevista para o final de abril, pela Editora Vinha da Luz.

Na época em que escreveu os poemas, o médium não tinha ainda segurança do processo de psicografia e muitos deles são assinados F. Xavier. “No início da mediunidade, recebeu poemas de brasileiros e portugueses. Ele guardava o desejo de fazer livros, mas não tinha recursos. Vamos editar no mesmo formato e manter a letra dele”, explica o curador da Casa de Chico Xavier, em Pedro Leopoldo, Geraldo Lemos Neto.

O capricho da letra e o zelo na montagem das páginas são a marca de “O Primeiro Livro”. Na página 58 está o poema “O Sino”, que termina assim: “Porque na vossa voz entristecida e incerta, lembras uma alma triste, igual a mim, deserta, desiludida enfim dos êxtases de um sonho!”. Logo abaixo, a assinatura de um autor que ainda não sabia que se tratava de uma psicografia: Francisco Xavier.

Além disso, o filho adotivo de Chico, Eurípedes Humberto Higino dos Reis, que tem material inédito suficiente para lançar mais seis edições, acaba de colocar nas prateleiras outro livro com manuscritos do médium, mas todos recentes. Se “O Primeiro Livro” traz textos pioneiros, “100 anos de amor”, editado pelo Grupo Espírita da Prece de Chico Xavier, tem os escritos mais recentes por ele psicografados.

Entre eles, esse de Cornélio Pires: “Porquanto são tão longos, nossos estreitos caminhos. Passo orar seguido ou lento, lancemos… Lancemos pedras e ofensas no poço do esquecimento… Sigamos na grande estrada, seja amparo o nosso amor, partilhar a multidão e sempre lição de amor. E jamais nos esqueçamos de que alguremos da Plena Luz.”

No cofre que Chico Xavier nunca usou para guardar dinheiro, na casa em que vivia e transformada em museu, restam muitos textos inéditos, como o poema assinado por Mariana Luz: “Promessa de todo clima, no presente e no passado, quem serve e espera por Deus, não fica desamparado”. E este, de Luiza Brandão: “Não nos basta conhecer a verdade clara e bela, é necessário saber o que fazemos com ela.”

Entre os primeiros e os derradeiros textos, foram décadas de dedicação ao espiritismo e à assistência social, atendendo milhares e milhares de pessoas que levavam suas dores ao médium e, muitas vezes, voltavam para agradecer a graça alcançada, como fazem até hoje, seja na Casa de Chico Xavier, em Pedro Leopoldo, na Casa da Prece e diante do túmulo dele, no Cemitério São João Batista, em Uberaba.

Maurício Lara – Estado de Minas

Publicação: 01/04/2010 16

http://www.uai.com.br/htmls/app/noticia173/2010/04/01/noticia_interna_especial_chico_xavier,i=153978/PALAVRAS+E+OBRAS+DE+CHICO+XAVIER+SAO+PRESERVADAS+EM+PEDRO+LEOPOLDO+E+UBERABA.shtml:09

 

 

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