NA ESCOLA DA ALMA
Emmanuel
Levantam-se educandários em
toda a Terra.
Estabelecimentos para a
instrução primária, universidades para o ensino superior. Ao lado, porém, das
instituições que visam à especialização profissional e científica, na
atualidade, encontramos no templo espírita a escolada alma, ensinando a
viver.
Semelhante trabalho de
burilamento do espírito, porém não é novo.
Lucas, o evangelista, conta-nos
que Jesus (1), num sábado em Nazaré, participou de uma assembléia de fiéis,
junto da qual leu uma página de Isaias, com vistas à edificação dos ouvintes,
provocando, aliás, acirrada discussão.
Mencionamos o fato para
salientar os hábitos de estudo nas coletividades de então, porquanto, para citar
o Cristo, à feição de mestre, basta recordar-lhe a palavra constantemente
endereçada ao povo, tanto nas praças quanto nos recintos familiares, qual
aconteceu na casa de Betânia. (2)
No dia de Pentecostes (3),
mensageiros sublimes prevaleceram-se das faculdades medianímicas dos
continuadores diretos de Jesus e falaram, em línguas diversas, instruindo a
multidão sobre assuntos de espiritualidade superior.
Sabemos que um Espírito
amigo se aproximou de Felipe (4) e solicitou-lhe a gentileza de encontrara
caminho um alto funcionário etíope, a fim de ler em comunhão com ele certas
passagens das Escrituras.
As cartas de Paulo aos
cristãos de várias comunidades eram lidas (5) e trocadas para as elucidações
devidas, nos centros de cultura evangélica dos tempos apostólicos.
Justo assim, que as
instituições espíritas, revivendo agora o cristianismo puro, sustentem estudos
sistemáticos, destinados a clarear o pensamento religioso e traçar diretrizes à
vida espiritual.
Atentos à sugestão
confortadora de amigos, organizamos o presente volume (6), que consubstancia, de
modo leve e ligeiro, os resultados de quarenta reuniões públicas de Doutrina
Espírita, nas quais examinamos, livremente, nós, os servidores desencarnados, os
ensinamentos de Allan Kardec (7), juntamente de nossos companheiros encarnados.
(8)
Certo, cada capítulo deixa
o assunto em aberto para o exame de outros comentaristas que desejem partilhar
conosco a felicidade do estudo, através do livro, de vez que, na própria palavra
do apóstolo Pedro (9), verificamos que nenhum conceito da escritura é de
interpretação particular.
Em apresentando, pois este
livro aos companheiros do mundo, recorremos à palavra do Cristo, quando nos
exorta: “conhecereis a verdade e a verdade vos fará livres”. (10)
Efetivamente, não
alcançaremos a libertação verdadeira sem abolir o cativeiro da ignorância no
reino do espírito. E forçoso será observar que o conhecimento é um tipo de
aquisição que exige de nós caridade para conosco, porque se é possível sanar as
deficiências do corpo pelas doações da beneficência, como sejam o alimento ao
faminto e o remédio ao doente, a luz do espírito não se transmite nem por
imposição, nem por osmose.Quem aspira entesourar os valores da própria
emancipação intima à frente do Universo e da Vida, deve e precisa estudar.
Emmanuel
Uberaba, 11 de fevereiro de
1965.
(página recebida pelo médium
Francisco Cândido Xavier.).
(1)
Lucas, 4:16-30.
(2)
Lucas, 18:38-42
(3)
Atos, 2:1-4
(4)
Atos, 8:26-31
(5)
Colossenses, 4:16
(6)
Os médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira psicografaram em
reuniões públicas, as mensagens de Emmanuel e André Luiz, respectivamente,
constantes deste livro, situando-se em cada capítulo, de início, a palavra de
Emmanuel e em seguida a de André Luiz.
(7)
As letras “E” e “L” designam, respectivamente, “O Evangelho segundo o
Espiritismo” e” O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, seguindo-lhes os
números dos itens e questões estudadas em cada reunião.
(8)
A contribuição das pessoas presentes em cada reunião constituiu-se de
comentários, proposições, diálogos e debates que estão indicados com a legenda
“temas estudados” no frontispício de cada capítulo.
(9)
II Pedro, 1:20.
(10)
João, 8:32
(De “Estude e Viva”, de Francisco
Cândido Xavier e Waldo Vieira,
pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz)