Universo e Vida


CAP. XII – NO PORVIR

Mesmo depois que passar a
grande tempestade, o coração augusto do Cristo sangrará de dor,
porque não será sem uma profunda e divina melancolia…



… que verá partir, para rudes degredos reeducativos, os afilhados ingratos e
rebeldes que não lhe quiseram aceitar a doce proteção.

Os filhos da iniqüidade,
empedernidos no crime e cristalizados no orgulho, deixarão as fronteiras
fisiomagnéticas da Terra, em demanda das novas experiências a que fizeram jus;
mas aqui, no orbe aliviado
e repleto de escombros, uma nova idade de trabalho e de esperança nascerá, ao
Sol da Regeneração e da
Graça. Nesse mundo renovado, a paz inalterável instituirá um progresso sem
temores e uma civilização
sem maldade. Os habitantes do planeta estarão muito longe da angelitude, mas
serão operosos e sinceros,
um tanto sofredores e endividados para com a Eterna Justiça, mas fraternos e
dóceis à inspiração superior.
A subsistência exigirá esforços titânicos, na agricultura dignificada e no
trato exaustivo das águas
despoluídas, mas não haverá penúria nem fome.
Por algum tempo, muitos corações sangrarão no sacrifício de missões ásperas, na
solidão e no
silêncio dos sentimentos em penitência; mas não existe desespero nem
prostituição viciações letais ou
mendicância infância carente ou velhice abandonada.
A morte fisiológica continuará enlutando, na amargura de separações
indesejadas, mas o
merecimento e a intercessão poderão proporcionar periódicos reencontros das
almas amantes e saudosas,
em fraternizações de fenomenologia sublimal.
A Ciência alcançará culminâncias jamais sonhadas… Naves esplêndidas farão
viagens regulares a
esferas superiores e as excursões de férias serão comuns, a mundos de
sempiterna beleza.
Necessidades e fraquezas não poderão ser extirpadas por milagre, mas os frutos
venenosos da
maldade jamais chegarão aos extremos do homicídio.
O Estatuto dos Povos manterá o Parlamento das Nações, onde Excelsos Espíritos
materializados
designarão, em nome e por escolha do Cristo, os Governadores da Terra.
Sem monarquias, oligarquias, plutocracias ou democracias, haverá apenas uma
Espiritocracia
Evangélica, fundada no celeste platonismo do mérito maior, do maior saber e da
maior virtude, para o
serviço mais amplo e mais fecundo.
Reinarão na Terra a Ordem e a Paz.
O Amor Universal será Estatuto Divino.
A Terra pertencerá aos mansos de coração…

SANT’ANNA, Hernani. Livro:
Universo e Vida

 

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