Grávida de anencéfalo desiste de abortar

Grávida de anencéfalo desiste de abortar

Grávida entra com pedido na defensoria pública para interromper gravidez de anencéfalo e juiza concede a autorização, mas a gestante desiste do aborto.

 “Agora eu me sinto mãe”, diz gestante que desistiu de abortar bebê anencéfalo

Jornal Zero Hora

Geral | 18/06/2010 | 22h44min



Mulher grávida de anencéfalo é autorizada a abortar

SUS deverá realizar o procedimento
A juíza da primeira vara criminal de Rio Grande, Lourdes Helena Pacheco da Silva, concedeu liminar favorável para que uma gestante interrompa a gravidez.

O pedido veio da defensoria pública. Os exames médicos comprovaram que o bebê tem anencefalia. A decisão será encaminhada para o SUS, que deverá fazer o procedimento.
RBS TV RIO GRANDE
 
Geral | 19/06/2010 | 12h45min

Gaúcha grávida de anencéfalo desiste de abortar

Gestante havia recebido autorização da Justiça para realizar procedimento
Uma gestante que recebeu na sexta-feira autorização da Justiça para interromper a gravidez, porque o bebê sobre de anencefalia (não tem cérebro), desistiu de fazer o aborto. A jovem de 22 anos disse neste sábado que a Justiça demorou muito para tomar a decisão.

Quando ela entrou com o pedido de interrupção da gravidez, estava com 15 semanas de gestação. O médico responsável pelo caso não compareceu a uma audiência, a decisão foi adiada e só foi anunciada na sexta-feira.

Agora, ela já está com 19 semanas (5 meses). Segundo a jovem, os médicos fazem a interrupção da gestação com até 20 semanas, mas ela alega que a barriga já está muito grande e o bebê se mexe.

Temendo pela vida ela optou por dar à luz criança por meio de uma cesariana.

A gestante já tem um filho.
RBS TV RIO GRANDE
 
Geral | 21/06/2010 | 02h40min

“Agora eu me sinto mãe”, diz gestante que desistiu de abortar bebê anencéfalo

Espera por autorização judicial fez mulher escolher maternidade
Daniele recebeu Zero Hora e falou sobre a decisão de ter o bebê:

Zero Hora – Por que a desistência de interromper a gravidez após a autorização da Justiça?

Daniele Mendes – Com a demora, refleti melhor. O médico disse que, na maioria dos casos, o corpo faz o aborto. Se não aconteceu, é porque este bebê deve nascer. Ele me orientou a interromper a gravidez, no máximo, até a 20ª semana. Acho arriscado interromper a gravidez agora.

ZH – Você sabe que bebês anencéfalos duram horas, dias ou, no máximo, semanas?

Daniele – Sei. Meu médico me alertou. Pesquisei e vi um caso de um bebê que sobreviveu por um ano e oito meses. Agora me sinto mãe. Decidi entregar na mão de Deus.

ZH – Como foi receber a notícia de que o feto era anencéfalo?

Daniele – De repente, a tua gravidez é em vão. Quis interromper a gestação e busquei meus direitos. Com a demora, me apeguei ao filho que espero.
ZERO HORA
 
Geral | 25/06/2010 | 03h48min

“Foi a decisão mais difícil da minha carreira”, diz juíza que autorizou aborto de anencéfalo

Lourdes Helena Pacheco da Silva explicou os motivos da escolha
Em entrevista à Zero Hora na tarde de ontem por telefone, a magistrada falou sobre os motivos que a levaram a autorizar o aborto da gestante de Rio Grande, que acabou desistindo do ato.

Zero Hora – O que pesou na decisão de autorizar a interrupção da gestação?

Lourdes Helena Pacheco da Silva – É um caso complexo, delicado. Precisei me instruir antes, por isso acionei o Ministério Público, que ouviu os médicos que acompanhavam o caso. O parecer dos médicos indicou a incompatibilidade deste feto em questão com a vida, já que, além da má formação cerebral, o bebê possui outros problemas. Segundo os médicos, sobreviveria por pouco tempo. Foi a decisão mais difícil da minha carreira.

ZH – Por quê?

Lourdes – Por ser um caso que envolve diretamente vida e morte. A decisão é irreversível. O Supremo (Tribunal Federal) julga há anos um caso similar e ainda não emitiu a sentença, tamanha a complexidade da questão. Em nove anos de carreira, jamais tinha passado por um caso deste.

ZH – A desistência da gestante surpreendeu a senhora?

Lourdes – É uma decisão dela. O judiciário cumpriu sua função, e de forma ágil. Tratamos o caso com total urgência. O alvará que autoriza o aborto segue valendo.

ZH – A sentença saiu quatro semanas após o ingresso da ação pela Defensoria Pública. É um prazo considerado rápido?

Lourdes – As decisões não são tomadas em 24 ou 48 horas. É preciso cumprir caminhos, respeitar etapas e prazos. Dentro deste trâmite, o judiciário foi muito ágil. O médico faltou a primeira audiência, e marcamos outra, em Pelotas, onde ele reside, no dia 31 de maio. A transcrição dos depoimentos chegou a mim no dia 11 de junho, sexta-feira. Repassei os papeis ao Ministério Público, que repassou seu parecer no dia 15. Dia 17 a gestante estava com o alvará em mãos.

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